Um estudo inédito do Conselho Nacional de Justiça – CNJ revelou que fatores etários, comportamentais e a falta de preparação adequada das famílias são as principais razões por trás da “devolução” de crianças e adolescentes adotados às instituições de acolhimento.
A pesquisa foi realizada pela Associação Brasileira de Jurimetria – ABJ e integra os esforços do CNJ para aprimorar políticas públicas relacionadas à adoção no Brasil.
O estudo utilizou abordagens qualitativas e quantitativas, abrangendo entrevistas com equipes técnicas, análises de processos judiciais e dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento – SNA.
Foram identificados 2.198 registros de devoluções entre os mais de 24.000 adotados desde 2019, com 76% ocorrendo na fase de guarda provisória.
O levantamento apontou que adolescentes e crianças com problemas de saúde têm maior risco de “devolução”, assim como aquelas em adoções diretas, modalidade sem previsão legal. A pesquisa destacou ainda que perfis de pretendentes mais flexíveis, embora ampliem as chances de adoção, estão associados a taxas maiores de “devolução”, especialmente quando o tempo de preparação dos adotantes é reduzido.
O estudo também mostra os impactos na saúde mental dos adotados devolvidos, o que inclui sentimentos de culpa, baixa autoestima e transtornos psicológicos, evidenciando a necessidade de suporte emocional contínuo.
Entre as recomendações, a pesquisa sugere a criação de programas de acompanhamento pós-adoção, protocolos nacionais para avaliação de pretendentes e maior qualificação nos cursos preparatórios. #adocao #amigosdelucas